O ESPAÇO

>ESPAÇO >LUGAR DE>CONFRONTO >EXPOSIÇÃO
Um espaço é um território de possibilidades. Determiná-lo é construir um recorte, uma janela, um enquadramento de.
O espaço contorna, modela o espetáculo. É o primeiro signo em contato com o espectador, antes mesmo da interpretação ou texto teatral. Pode-se encará-lo como elemento fundamental à encenação, assim como a palavra o é à escritura.
Entendamos que o espaço estrapola o limite da cena (cenografia), contornando também o espectador, inserindo-o no contexto do espetáculo. A relação que o espaço estabelece entre o público e a cena determina o olhar, criando uma pré-condição. É tão vivo pois, ao mesmo tempo é visual (e portanto contém um “enredo”) e físico, concreto e irrefutável.
Em Iracema 236ml , o espaço é uma região de confronto e exposição. Confronto como multilateralidades em choque, um olhar que segue por múltiplos pontos de vista/fuga. Exposição como saturação do instinto atávico humano de ver/ter.
Os múltiplos pontos de vista/fuga situam-se em vários níveis. O primeiro está no confronto elenco X platéia, e até mesmo platéia X platéia (cena em corredor, também utilizada posteriormente em Parasitas). Percebemos esse como o confronto primordial, que enquadra e determina outros: o barroquismo romântico da linguagem alencariana X aridez da cena; referência datada do texto X referências múltiplas dos elementos sonoros e visuais; tradições antigas X tradições recentes etc. O espaço território de possibilidades; confronto e exposição. Misto entre o palco elizabetano e a passarela de moda. Espaço de diálogo.

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